Os Jogos Olímpicos são a única competição desportiva global, multidesportiva e comemorativa do mundo. São mais de 200 países que participam em mais de 400 eventos nos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, promovendo o contacto entre povos, culturas e raças.

A origem dos Jogos Olímpicos encontra-se na Grécia Antiga, na cidade de Olimpia, há 2000 anos onde atletas, os campeões, das diferentes cidades se enfrentavam. Durante os jogos, considerados sagrados, era respeitada uma pausa nos conflitos e guerras entre estas cidades-estado, como Atenas, Esparta, Corinto, entre outras.  

No século XIX, o Barão Pierre de Coubertin fundou o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894. O COI se tornou o órgão dirigente do Movimento Olímpico, cuja estrutura e as ações são definidas pela Carta Olímpica. Atualmente, a realização dos Jogos Olímpicos está a cargo do Comité Olímpico Internacional com sede na Suíça. O seu símbolo (cinco círculos que se entrelaçam) traduz a sua extensão aos cinco continentes.

A verdade olímpica, ou o Olimpismo tem como princípios a amizade, a compreensão mútua, a igualdade, a lealdade e o desportivismo. Mais do que uma filosofia desportiva, o Olimpismo é uma filosofia de vida.

Os Jogos cresceram, muito, em escala, a ponto de quase todas as nações estarem representadas com ocorrências muito afastadas do ideal olímpico. Recordamos os boicotes aos jogos das superpotências, atos de terrorismo, promoção de regimes políticos e talvez mais grave, a corrupção do ideal olímpico nos participantes com o recurso a doping. O lema olímpico “Citius, Altius, Fortius” que em latim significa “mais rápido, mais alto, mais forte” têm passado por situações tristes e desconcertantes.

Jean-Loup Chappelet, da Universidade de Lausanne e especialista em história olímpica, realça que “no final do século XIX, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) foi criado em 1894, havia o desejo de usar os Jogos para promover a paz” e isso, por si só, já demonstra uma vontade de lhes dar um objetivo político.

A edição deste ano em Paris mais uma vez está envolta numa dimensão política. Na memória estão os Jogos de Berlim, em 1936, onde Hitler ambicionava afirmar a supremacia ariana e Jesse Owens, e seus companheiros, evidenciaram a igualdade entre raças.

Não esqueçamos as jornadas de Londres em 1948; Melbourne em 1956, com vários boicotes dirigidos às políticas coloniais e neocoloniais do Ocidente, e ocupação soviética na Europa de Leste; várias boicotes entre as grandes superpotências, EUA e URSS; e talvez de forma maior, o protesto dos atletas norte americanos negros de reforço da causa dos direitos com os “Black Power”.

Os Jogos Olímpicos dos Tempos Modernos estão longe dos seus antepassados em termos promoção de tréguas, parando, por dias, os conflitos existentes. Naturalmente, a complexidade do Homem, das Sociedades e das relações entre Estados em nada se compara do tempo da Grécia Antiga.

Antevê-se um evento em Paris, este ano, carregado de restrições, boicotes, censuras e discussões face a “Guerra na Ucrânia e a Guerra na Faixa de Gaza”. Tudo indica, que as palavras do historiador Jean-Loup Chappelet são porventura ingénuas face a realidade dos Jogos: “Hoje em dia o benefício em termos de imagem é até o principal motivo para organizar os Jogos Olímpicos”.

Artigo em Kriol: https://cidadao.cv/origem-de-jogos-olimpicos/


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Gestor Empresas, Mestre em Marketing pela 'University of Creative Arts', Manager na 'Vasconcelos Lopes, Lda.', Autor do Livro 'MARKETING & INOVAÇÃO NAS AUTARQUIAS'. Iniciou a sua carreira no Retail Business tendo sido o responsável pela concepção, implementação e gestão da primeira rede de supermercados do País (FRAGATA) e tem vindo a colaborar em projectos a instituições desenvolvendo modelos “out of the box” de Gestão e Marketing.

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