Minha língua taciturna serpentina
ao redor do teu sexo a fragmentação causal da ideia
do brilho perene que um diamante lunda hoje
vende na loja Cartier de Paris.
Te (e)laboro sensações de outras eras
na pesquisa inacessível
à semântica de um protão
dentro do qual talvez foste substrato das espécies
entre as cinzas flutuantes do universo.
Te sentes ascese
moribunda estrela te sentes prenúncio
de papel de seda entre os canais contritos
das veias acesas num empório de ternura estearina e viço
jamais concebido à face da Terra.
Rios de canela assomam à janela
do teu corpo nu um bronze de esterco
de luz de néon construindo as branquias
de sonhar a prata das vogais concisas.
Uma ausência de navios no alto-mar
agridoça os teus olhos. E enquanto ainda
os teus olhos rasos desse brilho doce mancham as vogais
eu lambo essas tardes maternais feéricas de rebentação
e quissanges de chuva de metal tocado
pela evolução das espécies na medusa do teu sexo.
in Esse país chamado corpo de mulher